Cirurgia do nevo: saiba como funciona e os cuidados pós-cirúrgicos
Apesar de as pintinhas ou nevos serem consideradas, em alguns casos, um charme, elas podem ser sinais de problemas mais graves. Por isso é muito importante que o médico e paciente esteja atento.
São diversos os motivos que levam ao surgimento de uma pinta. Ela pode tanto nascer com a pessoa ou então aparecer depois de vários anos devido à exposição solar, a gravidez e ao uso de anticoncepcional.
É muito importante que os dermatologistas sempre analisem corretamente as pintas e os sinais nos corpos dos seus pacientes, para saber quando é indicada a retirada de pinta.
O que é a pinta?
As pintas ou nevos melanócitos podem ser classificadas como pequenos tumores formados por melanócitos que não trazem nenhum malefício à saúde, de uma maneira geral.
Elas podem tanto aparecer na infância como na fase adulta e, de uma maneira geral, não indicam malignidade, exceto em casos específicos, quando se multiplicam fora de controle e podem vir a se tornar um melanoma.
Os melanócitos são os responsáveis pela produção da melanina e, quando essas células se concentram de maneira anormal na pele tem-se a formação da pinta.
Quanto mais cedo for a detecção de uma pinta com tendência a se transformar em um melanoma, mais fácil será a sua retirada.
Quando a pinta se torna um problema?
Existem algumas peças que são usadas para a avaliação dos nevos melanócitos. Veja algumas delas.
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Essa é uma das técnicas mais utilizadas pelos médicos para avaliar esses sinais:
- A de assimetria: as pintas benignas possuem lados proporcionais;
- B de bordas: no caso de um melanoma, as bordas são irregulares e apresentam linhas tortas;
- C de cores: uma pinta maligna apresentará duas ou três tonalidades distintas;
- D de diâmetro: sinais com mais de meio centímetro exigem atenção;
- E de evolução: pintas com crescimento acelerado são mais perigosas.
Mudanças nas pintas
Caso o paciente ou o médico note alguma alteração nas suas pintas, elas precisam ser investigadas. Como exemplo:
- Alteração de cor (pintas que ficaram escuras ou apresentaram múltiplas cores);
- Alteração no tamanho (elevação, crescimento ou diminuição);
- Alterações ao redor da lesão (clareamento, vermelhidão ou inchaço);
- Alterações sensitivas (ardência, queimação, coceira ou sensação estranha);
- Sangramento;
- Surgimento de novas lesões.
Quando realizar a cirurgia do nevo?
Quando o paciente relatar alguns dos sinais citados acima ou o dermatologista identificar uma pinta “fora do padrão”, existem duas possibilidades, dependendo da situação: acompanhar a evolução da mancha ou realizar a retirada do nevo.
As técnicas mais usadas na remoção do nevo melanócito são:
- Excisão: procedimento realizado para remover uma lesão de pele, que pode ser benigna ou maligna, com anestesia local.
- Criocirurgia: promove o congelamento da pinta pelo uso do nitrogênio líquido. Ela não usa nenhum tipo de corte, contudo a taxa de cura é menor do que a tradicional excisão;
- Curetagem e eletrodissecação: a lesão é raspada com a cureta e o bisturi elétrico promove a destruição das células cancerígenas;
- Cirurgia a laser: pode ser feita com erbium YAG ou laser de CO2 e é uma alternativa interessante para os pacientes com problemas de coagulação, já que a técnica não provoca sangramentos.
- Cirurgia Micrográfica de Mohs: indicada para lesões cutâneas mal delimitadas e maiores e envolve a remoção do tumor e da margem de segurança com o auxílio de uma cureta.
É importante ressaltar que, nas lesões pequenas, a pele conseguirá cicatrizar sozinha, sem a necessidade de pontos.
Já nos casos das incisões maiores, a sutura deverá ser retirada entre 7 a 15 dias após a cirurgia e, dependendo da localização e do tamanho da pinta poderá ser necessário o uso do retalho cutâneo.
Artigo elaborado pelo Dr. Alexandre Zeni
Dermatologista especialista no diagnóstico e tratamento de câncer de pele